DISFUNÇÃO MOTORA ORAL: SIALORREIA EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL
Resumo
A paralisia cerebral é uma encefalopatia crônica não-progressiva, que pode ser causada por uma falta de oxigenação nas células cerebrais no período pré, peri ou pós natal, tendo como consequências, déficits que alteram as funções musculoesqueléticas e geram diversas limitações no indivíduo afetado sendo notadas disfunções e complicações relacionadas a função motora oral, entre elas, destaca-se, a sialorreia. O estudo tem como objetivo abordar os aspectos clínicos da sialorreia e sua classificação como um dos comportamentos relacionados a função motora oral mais aparente em crianças com paralisia cerebral. Trata-se de uma revisão de literatura, pesquisados artigos referentes ao tema sialorreia em crianças portadoras de paralisia cerebral nos idiomas inglês, espanhol e português, entre 1989 a 2018. A busca teve como bases de dados cientificas, incluindo artigos, teses e documentos eletrônicos. No quadro patológico de paralisia cerebral, neste caso em crianças, a prevalência da sialorreia tem sido estimada em menos de 70% comparando-se os artigos encontrados. Esta disfunção acarreta impactos no desenvolvimento oral e consequentemente, social, podendo ser confundida, a princípio, com um quadro de hipersalivação. Como a paralisia atinge áreas motoras, pode ocorrer diversas sequelas, dentre elas, uma disfunção motora oral, que impede estímulos neurais e diminui, assim, a sensibilidade da criança em ter o correto vedamento labial, reflexos de deglutição da saliva e a dinâmica normal da orofaringe. Dessa forma, facilita o escoamento externo da saliva, podendo acarretar queilites angulares, infecções oportunistas e/ou respiração bucal entre outras limitações no desenvolvimento clínico, social e da saúde em geral da criança.